quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Medalhistas da Vida...

Por Anderson Barbosa

Sábado, 31 de agosto de 2013... Mais um plantão que chega e quando me dei conta já estava no campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS), em Aracaju. Era mais um final de semana de olhos voltados às notícias do esporte sergipano, área que não está entre as minhas preferidas, mas vez ou outra surgem histórias envolventes.

O final de semana foi na companhia do cinegrafista Dedé Simões e do motorista Oswaldo. Nossa missão naquele início de manhã era cobrir a Copa Universitária de Badminton e a 2ª Etapa do Campeonato Sergipano de Parabadminton, eventos que ocorriam ao mesmo tempo.





O Badminton é uma modalidade olímpica onde se usa uma peteca menor que 10 centímetros, pesando cerca de 5 gramas. Com uma raquete de haste prolongada, o jogador tem que impulsionar o artifício com o intuito de desequilibrar o oponente e rebater o maior número de saques.

Pois bem... Na quadra de esportes da universidade encontrei os competidores e a organização do evento. Em poucos minutos chequei datas, informações da pauta e coletei elementos para voltar à redação com uma boa matéria, mesmo tendo de vencer o maior adversário: o sono.
 
"A dificuldade tem que
 
ser superada sempre"
 
Rômulo Soares


Ali também reencontrei Natália Leão, uma paratleta de muitas faces no mundo do esporte que apoiava os colegas envolvidos na disputa; e Maria Gilda, outra mulher com disposição para praticar natação, atletismo, basquete e handebol, além de encarar a faculdade de Educação Física-Bacharelado na UFS.
Para Maria Gilda o sábado foi de estreia, após descobrir o parabedminton em fevereiro de 2013. "Este foi mais uma modalidade que adotei. Entrei por conta do curso e agora virou o meu mais novo mascote".



 
 
No olhar e comportamento daquela mulher firmeza de uma veterana. Ao me aproximar, logo captei os motivos que a levaram a se inscrever no campeonato. "É muito importante participar por ser uma forma de mostrar que o paradesporto está também no badminton", justificando a presença de apenas 3 competidores com algum tipo de deficiência.
Logo na primeira competição Gilda encarou nada menos que o campeão panamericano de duplas, primeiro do ranking brasileiro e sétimo no mundial, Rômulo Soares que veio de Brasília participar da competição. Para ele, uma forma de difundir a modalidade no meio acadêmico, defender o título conquistado em 2012 e treinar para o Mundial na Alemanha.
 
 
Há 18 anos, o quarentão Rômulo Soares teve uma inflamação na medula, paralisando as pernas, mudando o jeito de ser e encarar a vida. Rômulo precisou reaprender a ser pessoa, necessitou reaprender a andar. Ao invés das pernas, uma cadeira e nas laterais duas rodas. "No começo foi um baque muito forte, mas depois consegui superar legal, porque a dificuldade tem que ser superada sempre", observou.
 
Na quadra Maria Gilda e Rômulo Soares estavam em lados opostos, brigavam para pontuar mais. Dificuldade da principiante, show de habilidade para quem há 4 anos pratica o esporte. Um jogo de muitos confrontos, onde não havia um único vencedor e sim dois campeões, dois medalhistas da Vida.
A dupla ensinava para todos nós que problemas e dificuldades existem e são desafiadores para qualquer ser humano. Porém, devem ser enfrentados como mais uma etapa da vida. Sofrer sim quando a dor bater: chorar sim, quando a dor se fizer mais latente e a única saída é a tradução em lágrimas; agora, nunca baixar a cabeça ou desanimar e muito menos sentir-se um perdedor...


 
A vida é como uma imensa montanha russa, em alguns momentos estaremos sentados de forma confortável, outras vezes de ponta cabeça. Consegue ficar firme quem for levado pela emoção, a mesma que causa frio na barriga, e na parada final arranca àquele sorriso acompanhado da frase: faria tudo outra vez.
Altos e baixos também foram registrados durante a partida de badminton. Entre saques, defesas e pontos marcados Maria Gilda deixou a mensagem que nem sempre conseguimos captar: "Vem pro mundo, porque viver é muito bom".

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O Grito Que Vem das Ruas II

 
Sensação de dever cumprido. Este foi o sentimento após a exibição da reportagem sobre os Moradores de Rua de Aracaju nos telejonais da emissora que trabalho.

A matéria (executada em parceria com o repórter cinematográfico Cleones Santos, o motorista Alex Brum e a da produtora Vanúzia Machado), rendeu muitos telefonemas na redação da Tv Sergipe. Era gente querendo saber onde encontrar os personagens, outras querendo fazer doações na própria tv... teve até uma senhora disposta a doar uma casa para o morador de rua que encerrou a reportagem pedindo um casa, nem que fosse a conta dele entrar.

Confesso que fiquei surpreso com a solidariedade do povo do meu estado. Percebi que mesmo com as autoridades fechando os olhos para essas pessoas, ainda existem cidadãos com o coração disposto a ajudar.

No dia seguinte, uma mensagem chegou ao meu celular. Era um ex-vizinho, Alyson Rocha, dizendo que a matéria mexeu tanto com ele e com uma colega que os dois resolveram fazer uma campanha para ajudar àquelas famílias.



No último dia 10, depois de dias de coleta, e logo após a entrega de sopa, feita semanas antes, finalmente puderam entregar as roupas doadas pela comunidade aracajuana. As pessoas tiraram o que era sobra no guarda-roupa e partilhou com os pobres.

Desta vez, quem fez a reportagem foi o colega Cléverton Macedo com o cinegrafista Cleones Santos. As imagens e os depoimentos trazidos na matéria, exibida no dia 12 de setembro, reforçaram a ideia que não basta muito para ser feliz. Para àquela gente, um pouco de pão, roupa e um lugar em paz para descansar já é suficiente.


Foto: Ascom/Guarda Municipal de Aracaju

Pela rede social, Alysson postou um depoimento sobre a campanha: "Certo dia em casa, assistindo uma reportagem exibida no SE TV 2ª Edição da TV Sergipe e apresentada por Anderson Barbosa, Gaibi Teles e eu nos deparamos com uma realidade que tantos de nós fechamos os olhos, não damos importância, e até mesmo preconceituosamente por muitas vezes negamos. Pois bem, acredito que um dos objetivos daquela reportagem foi não somente comunicar, mas, também conscientizar, despertar na sociedade algo a ser refletido. Foi isso que aquela equipe de TV conseguiu fazer conosco.

Nos incomodamos, levantamos da cadeira, descruzamos os braços graças aquela noite.

Com isso, fica aqui o meu agradecimento e de Gabi Teles a todos que colaboraram para o sucesso da "CAMPANHA DO AGASALHO",
Caio Andrade e Paulinho Costa, vocês abriram as portas para nos dar todo o suporte, Paulinho Santana com seu talento e profissionalismo que elaborou a arte da campanha que muito bem identificou o nosso objetivo, agradeço aos nossos amigos (não arrisco citar nomes para não ser injusto com ninguém) que fizeram suas doações, colaboraram, , curtiram e compartilharam os nossos posts.

A Guarda Municipal de Aracaju, através de seu Diretor Cel. Enilson que juntou forças e demonstrou atenção e total interesse em seus munícipes.



Foto: Ascom/Guarda Municipal de Aracaju



Não posso deixar de registrar aqui o apoio dos meios de comunicação: TV Sergipe (afiliada Globo), TV Atalaia (afiliada Record) em nome de Bareta e Dona Lígia e Jornal Cinform e a página do FACE

Aracaju, como eu vejo. que tão importantes foram para a disseminação desta ação

Saibam todos, estamos muito felizes com o sucesso da campanha, foram mais de 1000 peças arrecadadas.

Ontem, 10 de setembro fomos ao centro da cidade e região dos mercados para realizar a entrega de uma parte da arrecadação, isso mesmo uma parte, pois o volume de peças foi tão grande que não deu para distribuir tudo de uma única etapa, em breve faremos a segunda etapa de entrega e manterei a todos informados"
.



Fizemos a nossa parte. Falta o Governo fazer a dele!!!